quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Venta Vento Ventania

Quem é este menino que trás asas nos tornozelos.
Que movimenta por onde anda.
Que faz com que as folhas se agitem a sua passada.
Que tem a força do tornado no olhar?

Um dia ele é brisa.
Que passa leve, balançando as cortinas.
Invade as casas com leveza.
Roça tênue os rostos.
Mensageiro do frescor das manhãs.
Deixa seu sinal.


Noutros ele é vento forte.
Ventania, reboliço, confusão.
Espalha papéis, derruba vasos, derrama o vinho.
Não foi do seu jeito, ele deixa sua marca.
Mesmo que depois, tarde, queira recolher as plumas que espalhou.
Vento forte de fim de dia de verão.
Prenúncio de tempestade que espanta o calor.
Agitaçao de lençóis no varal.

Mas em outros dias a ventania se transforma em furacão.
É quando ele quer mudar o mundo, sem sair do lugar.
Em que as cores fortes ganham sentido.
Os gostos exóticos lugares e o odores diferentes presença.
Não basta ser notado, ele quer possuir.
As expressões lhe faltam, e a voz paralisa.
Arranca as raízes centenárias, destrói jardins floridos.
Assusta os crentes que se escondem atrás do sinal da cruz.


Iansan protege este menino.
E derrama nele sua força.
Uma força que movimenta e agita, mas que tb incompreende.
Sua maior agitação esta dentro dele mesmo.
Tufões maiores do que seus tornados, que o assustam e o limitam,
Nestes momentos ele se encolhe e tenta se entender, coisa que os
outros nao alcançam.
No seu coraçao o ar sopra forte.
Na sua cabeça ele se rebela.
No seu fôlego ela escaceia.

Um zéfiro nortista.
Um alísio acreno.
Um ciclone com nariz vermelho
No fundo um menino querendo segurar seu movimento rarefeito.
Segurem tudo que ele vai passar.



Liandro Lindner
Para Marco Brozzo

Um comentário:

Escreve aí...

um espaço meu...